Você sabia que, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil, em 2016, tinha a 5ª maior população idosa do mundo, e, em 2030, o número de idosos ultrapassará o total de crianças entre 0 e 14 anos?
O mundo envelheceu e muitos desafios surgiram…
E é realmente um grande desafio apoiar a velhice e valorizar o idoso, em suas várias dimensões, em um universo cultural que supervaloriza o jovem, o consumo imediato e as relações superficiais. Consequentemente, ocorre uma exclusão social que expõe o idoso à perda econômica, de cidadania e de relações afetivas e sociais, culminando, muitas vezes, no declínio da saúde física e mental.
Humberto Costa, em seu texto para a Apresentação do Estatuto do Idoso (Lei Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003), diz que “o aumento da longevidade e a redução das taxas de mortalidade nas últimas décadas do século passado mudaram o perfil demográfico do Brasil e o envelhecimento tornou-se questão fundamental para as políticas públicas. A atenção precisa se voltar para políticas que promovam saúde e contribuam para a manutenção da autonomia”.
Os países europeus enriqueceram para depois envelhecer. A França, por exemplo, levou mais de 145 anos para envelhecer, era uma país rico e as políticas públicas foram se organizando para oferecer condições dignas de vida aos idosos. No Brasil, esse processo está acontecendo em meio à pobreza. Além da falta de políticas públicas, culturalmente não houve preparo da sociedade para assimilar o envelhecimento como um processo natural e respeitoso. A sociedade necessita preparar-se para o envelhecimento cuidando das reservas cognitivas, sociais, físicas, financeiras e emocionais durante toda a vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “o envelhecimento populacional é uma conquista e um triunfo da humanidade no século XX, ocasionado pelo sucesso das políticas de saúde públicas e sociais. Portanto, ele não pode ser considerado como problema. Entretanto, para as nações desenvolvidas ou em desenvolvimento o envelhecimento populacional poderá se tornar um problema, caso não sejam elaborados e executados políticas e programas que promovam o envelhecimento digno e sustentável e que contemplem os direitos, as necessidades, as preferências e a capacidade das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. O envelhecimento ativo, que adicione qualidade de vida, fortalece as políticas e programas de promoção de uma sociedade inclusiva e coesa para todas as faixas etárias. Assim, o reconhecimento do direito à vida, à dignidade e à longevidade deve ser objeto da agenda oficial dos governos”.
Algumas conquistas ocorreram no Brasil como o “Estatuto do Idoso” e Delegacias Especializadas de Proteção ao Idoso, mas o mercado ainda dá passos lentos e precisa urgentemente se preparar para esta demanda do envelhecimento, organizando a acessibilidade urbana, seguridade social, adequação à informática, melhorias dos bens de consumo etc. Muitas empresas já estão valorizando a diversidade profissional, assim como a diversidade de etnia, necessidades especiais, crenças, gêneros… mas ainda a diversidade em relação à idade não está na pauta da maioria das empresas.
Abordando as questões das relações intergeracionais, é inegável a contribuição do idoso na formação das crianças e jovens por sua experiência de vida e rica biografia. Além disso, essas relações favorecem vínculos para trocas de conhecimentos, de respeito ao diálogo e de valorização da história de cada um. O idoso muitas vezes está à margem da sociedade, é preciso mantê-lo inserido normalmente. Nessa pandemia estamos vendo muitos idosos que se “atreveram” e trouxeram a tecnologia para suas vidas, criando e recriando oportunidades pessoais e profissionais. Precisamos incentivar estas iniciativas.
Já disseram que nasceu a pessoa que viverá 150 anos. Então, o que você vai ser quando crescer?
A KP apoia e incentiva as relações intergeracionais para o respeito ao diálogo, o fortalecimento de vínculos, as trocas de conhecimentos e a valorização da história de cada um!
Denise Cantarelli
Consultora da KP Consultoria & Assessoria Educacional
Assessora Social e Gestora em Bem-Estar.